±á¾±²õ³Ùó°ù¾±²¹

#NãoDeixarNinguémParaTrás: As cidades europeias pedem por medidas inclusivas durante a crise da COVID-19

Desde o surto da COVID-19, o medo e a ansiedade pel contaminação levaram a atos de estigmatização e discriminação contra pessoas cuja etnia, língua ou país de origem eram associados ao vírus, em particular populações de ascendência asiática. Ao mesmo tempo, um número crescente de países impôs bloqueios e declarou estado de emergência, a fim de restringir o movimento das pessoas e retardar a propagação da pandemia. Embora essas medidas afetem a vida diária e pessoal de muitos, seu impacto é mais pesado sobre grupos vulneráveis, como refugiados e migrantes.

Para chamar atenção para a intersetorialidade do racismo e as consequências da pandemia em diferentes segmentos da população, a Coalizão Europeia de Cidades contra o Racismo (European Coalition of Cities Against Racism – ECCAR) emitiu uma declaração pedindo aos tomadores de decisão uma luta inclusiva contra a COVID-19, uma luta que considere as desigualdades sociais e raciais de nossas sociedades

O próprio vírus não estabelece diferenças entre raça, gênero, orientação sexual, religião ou classe, mas reforça e aprofunda as desigualdades já existentes em nossas sociedades. […] Pedimos aos tomadores de decisão para que adotem políticas de proteção contra o vírus e seus muitos efeitos econômicos e sociais. [...] É [...] da maior importância combater e condenar quaisquer narrativas racistas, teorias da conspiração e ataques que surgirem na esteira da pandemia. [...] Vamos nos conscientizar sobre nossas diferenças e combater o racismo – mesmo e sobretudo em tempos de crise. #LeaveNoOneBehind (#NãoDeixarNinguémParaTrás).
Coalizão Europeia de Cidades contra o Racismo (ECCAR)

Medidas adotadas para conter sua propagação podem afetar de forma desproporcional a saúde, a educação e a economia dos migrantes e refugiados. Por exemplo, informações sobre o vírus e os serviços sanitários são menos acessíveis a refugiados e a migrantes devido às barreiras linguísticas e à distribuição desigual de serviços de saúde.

Os desabrigados e requerentes de asilo nos campos de refugiados nas fronteiras europeias não conseguem entrar em confinamento e adotar medidas eficazes de distanciamento social impostas pelos governos. Isso os torna mais expostos ao vírus. A educação em casa ou o trabalho inteligente não são opções para quem não possui um computador ou conexão com a internet em casa. Os migrantes que trabalham no setor de serviços não obterão renda até que sejam determinadas medidas restritivas para interromper a pandemia.

Agora é a hora de ampliar a solidariedade que muitos cidadãos demonstraram neste momento de crise, e que tem sido um farol de esperança para muitos, para aqueles que mais precisam.
Benedetto Zacchiroli, presidente da ECCAR

Veja também

***

A ECCAR é uma rede composta por mais de 130 cidades comprometidas em compartilhar experiências para melhorar suas políticas de combate ao racismo e a todas as formas de discriminação. A rede visa a contribuir para a proteção e a promoção dos direitos humanos, o respeito pela diversidade na Europa, bem como a tolerância em todas as áreas da cultura e o entendimento mútuo entre os povos. Em 2016, os membros da ECCAR lançaram um kit de ferramentas para promover a igualdade, que fornece orientações práticas às autoridades locais para combater de forma efetiva o racismo e a discriminação racial nas cidades.

A ECCAR faz parte da Coalizão Internacional de Cidades Inclusivas e Sustentáveis da UNESCO (International Coalition of Inclusive and Sustainable Cities – ICCAR)..

***

A Coalizão Internacional de Cidades Inclusivas e Sustentáveis da UNESCO (), lançada em 2004, é uma plataforma de âmbito municipal que empreende uma ampla gama de iniciativas, de tomadas de decisão e capacitação a atividades de conscientização. A Coalizão defende a solidariedade e a colaboração mundial para promover o desenvolvimento urbano livre de todas as formas de discriminação.

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do(s) autor(es) e não representam necessariamente os pontos de vista da UNESCO. As designações empregadas e a apresentação do material ao longo do artigo não implicam a expressão de qualquer opinião da UNESCO sobre o status legal de qualquer país, cidade ou área ou de suas autoridades, ou sobre suas fronteiras ou limites.