Artigo
Entrevista com Fanny Bienga, Jovem participante no intercâmbio cultural do ResiliArt Angola/Dia internacional do Jazz em Newark
1. Como aderiu ao projecto ResiliArt Angola? O que é que isso lhe proporcionou como artista?
Graças à UNESCO, sou uma das candidatas deste maravilhoso projecto, ResiliArt Angola.
Tudo começou com um telefonema que recebi uma noite por volta das 20 horas. Um homem contactou-me e convidou-me para participar no ResiliArt Angola, e informou-me que outros jovens artistas angolanos também iriam participar. Disse-lhe de imediato que estava interessada. O meu bebé tinha apenas dois meses de idade!
Para mim, a visibilidade a nÃvel internacional é uma oportunidade de dar a conhecer a minha arte a todo o mundo.
2. O que é que a arte significa para si? Como é que a arte contribui para a paz e o diálogo, e que papel desempenham os artistas?
A arte ajuda-me a expressar coisas que nunca tive a coragem de dizer a outras pessoas. Isto reflecte-se nas minhas pinturas, por exemplo nos quadros Ma vie privée révélée ; Le Masque ; e Le Volcan Goma 2021…
A arte oferece-me uma plataforma para me expressar, e contribui para a promoção de uma nova cultura de paz para os jovens. A arte encoraja os jovens a participar em diálogos para a resolução de conflitos. O objectivo da iniciativa é que o artista promova a paz, pintando uma mensagem de paz.
3. De onde vem a sua inspiração para as suas pinturas? O que a motiva no dia-a-dia?
Inspiro-me na realidade do mundo que nos rodeia, e especialmente na mulher e nas crianças africanas de todo o mundo. Isto pode ser visto no quadro Rire em éclat, onde não há apenas crianças africanas. O amor que sinto pela minha filha dá-me vontade de contribuir para o bem-estar de todas as crianças. Para mim as crianças são preciosas.
4. Qual é o valor acrescentado do intercâmbio cultural estabelecido pela ResiliArt Angola com a cidade de Newark?
O intercâmbio com a cidade de Newark vai proporcionar-me muito a nÃvel pessoal e artÃstico. A nÃvel pessoal, ainda preciso de apoio. Mas a um nÃvel artÃstico, o meu nome está agora entre o de artistas internacionais (risos). Estou muito feliz por ter esta oportunidade, e agradeço à UNESCO e ao projecto ResiliArt Angola.
5. Que conselho gostaria de transmitir a outros jovens que querem entrar na indústria da arte?
Em primeiro lugar, ame o seu trabalho e superará qualquer obstáculo na sua vida artÃstica. Digo isto frequentemente, mas nós os africanos negros temos pouco interesse na arte e ainda temos muito que fazer a esse respeito. É por isso que apelo à paciência e desejo muito amor aos meus queridos futuros colegas. Teremos êxito juntos. Que Deus vos abençoe.