Aprender sobre a história e a cultura africana e combater o racismo no Brasil

O Brasil é a maior diáspora africana devido ao seu longo período histórico de escravidão.

A Lei n⁰ 10.639 sobre educação das relações étnico-raciais

Desde 2003, após a aprovação da Lei n⁰ 10.639 sobre educação das relações étnico-raciais no sistema educacional brasileiro, a UNESCO no Brasil tem apoiado seu processo de implementação, que, por sua vez, tem enfrentado desafios, entre eles, a necessidade de desenvolver uma cultura no ambiente escolar e uma nova prática pedagógica que reconheça as diferenças étnico-raciais advindas do desenvolvimento da sociedade brasileira.

Para contribuir com esse processo, a UNESCO no Brasil e seus parceiros têm realizado extensos esforços para promover e valorizar a história e a cultura da África e da população afro-brasileira.

Yoruba goddess Oshun (Oxum in Latin America)

Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024)

Coleção História Geral da África em português

Em 1964, a UNESCO dava início a uma tarefa sem precedentes: contar a história da África a partir da perspectiva dos próprios africanos. Mostrar ao mundo, por exemplo, que diversas técnicas e tecnologias hoje utilizadas são originárias do continente, bem como provar que a região era constituída por sociedades organizadas, e não por tribos, como se costuma pensar.

Essa tarefa foi concluída 30 anos depois por 350 cientistas coordenados por um comitê de 39 especialistas, dois terços deles africanos. Como resultado, os oito volumes da Coleção História Geral da África, publicados em inglês, francês e árabe, foram concluídos entre as décadas de 1980 e 1990. Hoje, esta coleção ainda é considerada a principal obra de referência.

GHA in Portuguese

Resultados mensuráveis

Para disseminar esse novo olhar sobre o continente africano para a população brasileira, a UNESCO no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (SECADI/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), possibilitou a edição completa da Coleção em português em 2010. Esta iniciativa pretendia preencher uma lacuna no desenvolvimento educacional brasileiro em relação ao legado do continente para a identidade nacional.
local_library
+ 500 mil
Downloads

dos 8 volumes da coleção HGA em português

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+ 10 mil
Cópias impressas distribuídas

para escolas, bibliotecas e outras instituições públicas do Brasil

Novos volumes da coleção História Geral da África

Em maio de 2013, em Adis Abeba (Etiópia), a UNESCO lançou o início do desenvolvimento do nono volume da coleção História Geral da África (HGA) para cobrir a história recente desde a descolonização, o fim do apartheid e o lugar da África no mundo.

Em março de 2019, o Comitê Científico Internacional se reuniu em Belo Horizonte (Brasil) para expandir o plano e a minuta do HGA para os volumes IX, X e XI. A Comissão Científica também mostrou a importância e a relevância do trabalho desenvolvido pela UNESCO e, em particular, apresentou as principais inovações conceituais desenvolvidas no âmbito dessa empreitada por meio do intercâmbio entre os membros da Comissão e acadêmicos brasileiros, estudantes e público em geral, em torno de temas de grande interesse para os brasileiros, como o conceito de África Global.

Os três novos volumes de HGA serão lançados em breve.

African Descent Girls (Brazil)

Combate ao racismo

A desigualdade vivida pela população negra no Brasil, decorrente do racismo estrutural, é um dos temas ao qual a UNESCO tem se dedicado nos últimos anos. Para isso, com seus parceiros, promoveu o relançamento da coleção História Geral da África e desenvolveu materiais pedagógicos relacionados a ela, com o objetivo de fortalecer espaços educacionais sensíveis às discriminações étnico-raciais, pois combater a discriminação e o racismo também é fundamental para a promoção da tolerância, da igualdade e da cultura de paz.

Os projetos de construção do Museu da Paz e do Centro de Memória da Cultura Afro-brasileira são exemplos relevantes de ações de combate à discriminação e ao racismo, além de garantirem a preservação do patrimônio cultural do povo negro.

End_racial_discrimination_day2
3rd Global Forum against Racism and Discrimination: final document
UNESCO
Global Forum against Racism and Discrimination
2024
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Unidos contra o racismo



Todos nós podemos fazer algo contra o racismo.

Junte-se à UNESCO e às principais personalidades do mundo e denuncie a crescente discriminação racial. Este vídeo em preto e branco apresenta mensagens de mulheres e homens proeminentes dos mundos do cinema, da mídia, da música, do esporte e da ciência ao lado da diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

A UNESCO está na vanguarda da luta contra o racismo desde a sua criação em 1945. Em 1978, aprovou a Declaração sobre Raça e Preconceito Racial, que reafirma que “todos os seres humanos pertencem à mesma espécie e têm a mesma origem. Eles nascem iguais em dignidade e direitos, e todos são parte integrante da humanidade”.

Gabriel Waldman e Odivaldo da Silva (Neno) têm algo em comum – #ContarParaViver

Os sobreviventes do Holocausto viveram para contar suas histórias. Mas, a cada dia que passa, perdemos algumas destas vozes para o tempo. Já o ódio, infelizmente, persiste através de gerações. Por isso, é fundamental manter a história viva e entender as raízes da intolerância, que geram novos crimes nos dias de hoje. Gabriel Waldman foi vítima do Holocausto e Neno foi vítima de violência racial.

Monument of slaves in Stone Town, Zanzibar, Tanzania

Programa Rotas dos Povos Escravizados

Projetos

Conhecendo a História da África
Arquivos do Tráfico de Escravos
Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas
Guia do afroturismo no Brasil: roteiros e experiências da cultura afro-brasileira
Brazil. Ministry of Tourism
2025
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Saiba mais

Fight against Racism & Discrimination
Declaration on Race and Racial Prejudice
Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial

21 de março