Comunicado de imprensa
G20: UNESCO chama atenção para fortalecer a igualdade de gênero nas ciências

Nos países do G20, a participação feminina nas áreas de ciências, tecnologias, engenharias e matemática chega apenas a 22%. Essa situação enfraquece a nossa capacidade coletiva de inovar e de enfrentar os desafios urgentes do nosso tempo, como a mudança climática e a transformação digital. Sob a liderança do Brasil, a UNESCO produziu um relatório que destaca essa realidade e recomenda uma série de ações para, finalmente, alcançar a igualdade de gênero.

No âmbito do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres, que se reuniu pela primeira vez sob a Presidência Brasileira do G20, a UNESCO, com base em seu mandato e em sua expertise em educação e ciências, apresentou aos membros do G20 o relatório “”, que fornece um panorama completo da presença feminina nas áreas de STEM (sigla em inglês para ciências, tecnologias, engenharias e matemática).
O relatório revela que, assim como ocorre em várias regiões do mundo, a participação feminina nessas áreas nos países do G20 teve um progresso mínimo nos últimos 15 anos (22% em 2021, comparado a 19% em 2005). Além disso, quando trabalham nesses setores, as mulheres enfrentam significativas disparidades salariais e limitadas oportunidades de progressão na carreira.
Nos dez países do G20 em que há dados disponíveis, o salário médio das mulheres nas áreas de STEM não ultrapassa 88% do que recebem os homens – em quatro desses países, é ainda inferior a 75%. Embora as bolsas científicas sejam um recurso financeiro crucial para muitos pesquisadores, em 2022 as mulheres representavam apenas 37% dos beneficiários em um conjunto de 13 países, dos quais dez são membros do G20.
As desigualdades de gênero começam ainda na escola. Devido à persistência de preconceitos e discriminações de gênero, as mulheres representam apenas 35% dos formados em cursos universitários de STEM nos países do G20, embora frequentemente seus resultados sejam iguais ou superiores aos dos homens nessas áreas. Esse percentual cai para 29% nas tecnologias da informação e comunicação (TIC) e para 26% nas áreas de engenharia, manufatura e construção. Além disso, mais de 40% das mulheres que estudam STEM relatam ter sido vítimas de atitudes sexistas.
Diante dessa realidade, a UNESCO pede aos Estados do G20 que adotem políticas transversais em favor da igualdade de gênero, a fim não só de promover as aspirações de meninas e mulheres para seguir carreiras nas áreas de STEM, mas também de garantir às jovens graduadas condições de trabalho justas e equitativas.
Isso significa combater preconceitos sexistas presentes nos materiais pedagógicos, oferecer orientações profissionais que considerem questões de gênero, criar políticas de apoio que permitam às mulheres conciliar o trabalho e sua vida familiar sem prejuízos e, ao mesmo tempo, assegurar que seus esforços sejam reconhecidos e recompensados de forma justa.
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Sobre a UNESCO
Com 194 Estados-membros, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura contribui para a paz e para a segurança, promovendo a cooperação multilateral nas áreas de educação, ciência, cultura, comunicação e informação. A UNESCO coordena uma rede de mais de 2 mil sítios inscritos na Lista do Patrimônio Mundial, reservas de biosfera e geoparques globais; centenas de cidades criativas, de aprendizagem, inclusivas e sustentáveis; e mais de 13 mil escolas associadas, cátedras universitárias e centros de formação e pesquisa. Com sede em Paris, a Organização conta com escritórios em 54 países e emprega mais de 2,3 mil pessoas. Sua diretora-geral é Audrey Azoulay.
“Uma vez que as guerras se iniciam nas mentes dos homens, é nas mentes dos homens que devem ser construídas as defesas da paz”. – Constituição da UNESCO, 1945
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